Pioneira no Brasil, marca cearense de acessórios expõe custo da produção para o consumidor

Especializada na criação e desenvolvimento de bolsas feitas à mão, a grife já confeccionou peças para Osklen, Água de Coco, Maria Filó e Lelis Blanc

 

Projeto mais transparente da produção foi pensado pela designer Celina Hissa (FOTO: Divulgação)

Uma marca cearense de bolsas resolveu tornar claro para o público os gastos e lucros para a fabricação de cada produto. Desde janeiro deste ano, a grife Catarina Mina tomou a decisão inovadora e pioneira no Brasil de expor em seu e-commerce os custos efetivos com os acessórios e da produção geral.
“A gente acha que é super importante que os consumidores comecem a se envolver e questionar os custos da produção.  Que [os clientes] saibam pelo o que está pagando, como acontece a cadeia produtiva”, detalha a designer e idealizadora do projeto Celina Hissa. Uma proposta semelhante foi desenvolvida por um estilista na Alemanha através do site Honest By.
Especializada na criação e desenvolvimento de bolsas feitas à mão, a marca já confeccionou peças para Osklen, Água de Coco, Maria Filó, Maria Garcia, Daslu, Lilla Ka, Lita Mortari, Vivere e Lelis Blanc e outros.
A iniciativa detalha no site da loja, por exemplo, os custos com uma bolsa feita de crochê no valor final de R$ 279.  Na página estão descritas as despesas com a matéria-prima utilizada no acessório, como metais (R$ 24,92), fios (R$ 11,60) e tecidos (R$ 35,04); com a artesã – que além do valor fixo ganha uma porcentagem da venda (R$ 45,95); com a costureira, revisão e acabamento (R$ 10,75); com a embalagem, como etiqueta e saco plástico (R$ 5,59); com impostos (R$13,95) e com o sistema de pagamento virtual (R$ 16,74).
O detalhamento é tamanho que abrange também as despesas com marketing (R$ 36,34); com o espaço físico e operacional (R$ 39,16); com os encargos trabalhistas (R$ 11,31); com a artesã da equipe criativa (R$ 16,66) e com a designer e assistentes de criação (R$ 32,50). Estes custos são baseados em uma média referente aos custos fixos mensais e são divididos pela produção total do mês.
              
O projeto, intitulado como “Uma conversa sincera“, declara que a marca optou por investir menos esforços financeiros na exposição da marca e mais em quem está por trás da grife, as artesãs. A ideologia. “Há casos em que o valor dedicado à compra de material e pagamento de mão de obra chega a ser menos de 10% do valor final do produto”, define a Catarina Mina em seu site.
Apesar de não ter loja própria, a Catarina Mina tem produtos em lojas de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Brasília, Minas Gerais, Mato Grosso, Píaui, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Rio Grande do Sul, além do Ceará.