terça-feira, 30 de dezembro de 2014

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domingo, 28 de dezembro de 2014

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segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Nova lei fará casal divorciado manter papel de pai e mãe


  • Thinkstock
    Para a psicóloga Triana Portal, o projeto é difícil de ser realizado
    Para a psicóloga Triana Portal, o projeto é difícil de ser realizado
Às segundas e quintas-feiras, Angelo Bosnich Costanzo, de 4 anos, fica com a mãe. As quartas e sextas são reservadas para o pai. Os fins de semana são revezados, e definem quem vai cuidar do menino às terças. E todos os momentos especiais são compartilhados entre mãe e pai. Considerada exceção no País, a criação por guarda compartilhada é uma realidade para o garoto desde março deste ano. Em breve, poderá ser a regra para qualquer criança.
Segundo dados das Estatísticas de Registro Civil do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há 224.451 filhos de pais divorciados e apenas 6,82% estão sob os cuidados do pai e da mãe. Se o Projeto de Lei 117/2013, aprovado pelo Senado na quarta-feira passada, for sancionado pela presidente Dilma Rousseff, os números deverão se inverter. Atualmente, a guarda compartilhada é adotada "sempre que possível". Com a nova regra, ela será a primeira opção do juiz.
A empresária Fernanda Bosnich, de 34 anos, e o publicitário Douglas Costanzo, de 38, foram casados por cinco anos e, quando veio a separação, o bem-estar de Angelo foi prioridade. "A gente resolveu se separar, mas nada mudou, só saí de casa. O casal deixou de existir, mas permaneceu a amizade e o respeito", conta Fernanda.
Costanzo afirma que quer participar do crescimento do filho. "Não concordo com essa coisa de que o pai é provedor, vive como um solteiro, porque, quando cair a ficha, vai ver que perdeu a criação do filho. Eu quero fazer parte disso." Embora tenha apenas 4 anos, o garoto sentiu a separação dos pais. Para surpresa deles, a reação foi positiva. "Um mês depois da separação, a professora me chamou e disse que ele melhorou o comportamento. Ele nunca viu briga e desrespeito, mas está mais meigo e feliz", diz a mãe.
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Viúvos ou separados, pais contam como é assumir a criação dos filhos6 fotos

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"Quando fiquei com a guarda dos meus dois filhos mais velhos, eu me vi perdido e assustado. Parei de fazer viagens longas, dei uma freada nos shows. Acredito que a presença é muito importante nessa história. Levava os dois para o colégio. A Alessandra ia comigo para a cozinha para fazer comida. Tive de aprender a fazer as coisas de casa, virei mãe e dono de casa. Tinha até que comprar lingerie para a minha filha. Certa vez, juntou muita gente na porta de uma loja me xingando enquanto tentava escolher calcinhas para ela. Naquela época, na década de 1970, havia muito preconceito nesse sentido. Ganhei o apelido de 'mãe de gravata'. As pessoas me perguntavam muito como era criar os filhos. A gente sempre acha que existe uma fórmula mágica e, no fim das contas, tudo na vida é equilíbrio, bom senso, muito amor e amizade" | Ronnie Von, 70 anos, apresentador, empresário e pai de Ronaldo, 42, Alessandra, 43 (filhos de Arethusa), e Leonardo, 25 (da união com Cristina) | Depoimentos concedidos à Priscila Tieppo - do UOL, em São Paulo Arquivo Pessoal
Na casa da secretária executiva Izabel Cristina de Barros Ferreira, de 43 anos, a guarda compartilhada faz parte da vida de João Pedro Ferreira Oliveira, de 14 anos, há 11. "Eu não lembro como foi a separação deles. Acho que é melhor (conviver com) os dois, tem de ter uma relação tanto com um quanto com o outro", diz o menino.
Izabel conta que, apesar de a separação ter sido amigável, teve momentos de dificuldade. "Houve épocas em que nós não tivemos um relacionamento tão bom, mas sempre teve uma negociação, a gente sempre se respeitou pelo João." Ela afirma ser favorável ao projeto de lei. "Acho muito mais saudável para a criança, porque ela tem o direito e vai sentir falta de conviver com o outro", diz.
Para a psicóloga Isabel Christina do Carmo Gonçalves, que atua com famílias, a aprovação da lei pode ser benéfica para pais e filhos. "A lei tem um fator positivo, que é o de não excluir uma das partes. Ela também dificulta um pouco a alienação parental. Quando é necessário criar leis para interferir na vida privada é porque está faltando bom senso." Isabel diz ainda que é necessário verificar se a aplicação será eficaz. "É algo novo que, com o tempo, poderemos ver se vai ajudar ou não."
Na prática. Integrante da Sociedade Brasileira de Psicologia, a psicóloga Triana Portal afirma que o projeto de lei é viável na teoria, mas difícil de ser realizado com sucesso por todas as famílias. "Na prática, não funciona, porque é muito difícil os casais se relacionarem. Existe uma pequena parcela que consegue funcionar bem."
Para o advogado e presidente do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM), Rodrigo da Cunha Pereira, a aprovação do projeto de lei é "uma vitória". "O que não é bom para a criança é não conviver com os pais. As mães compartilham com creche, com avó e por que não com o ex-marido?" As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.